De Colorado até a Mata Atlântica
A Descoberta de Iracambi – Uma Jornada de Agrofloresta, Geografia e Intercâmbio Global
Em julho-agosto de 2024, tive a incrível oportunidade de visitar o Centro de Pesquisa Iracambi, no Brasil, graças ao generoso patrocínio do Partners of the Americas, um programa de intercâmbio dos EUA. Esta visita foi o culminar de anos de colaboração com Binka e Robin Le Breton, o casal inspirador por trás de Iracambi. Como geógrafo e alguém profundamente investido na sustentabilidade ambiental, esta visita não foi apenas enriquecedora profissionalmente, mas também pessoalmente gratificante, tornada possível com o apoio do capítulo POA do Colorado.
A jornada começa
Depois de anos trabalhando de perto com Binka e Robin à distância, o momento finalmente chegou. Arrumei as malas com um misto de entusiasmo e expectativa, ansioso para vivenciar em primeira mão o trabalho que está sendo realizado em Iracambi. O centro de pesquisa, situado na exuberante Mata Atlântica de Minas Gerais, há muito tempo se tornou uma referência para a conservação e a educação ambiental comunitária. A ideia de finalmente visitar pessoalmente foi emocionante.
Essa visita teve ainda mais significado para mim porque já havia enviado alunos da University of Northern Colorado para Iracambi. Eu tinha ouvido suas histórias e visto o impacto que a experiência teve sobre eles, mas esta foi a primeira vez que estive lá com minha própria família. Compartilhar essa jornada com eles adicionou mais um nível de conexão com o lugar e as pessoas.
Na chegada, fomos recebidos pela paisagem sonora da floresta tropical e pela calorosa hospitalidade da equipe Iracambi. O centro é uma mistura única de centro de pesquisa, centro comunitário e laboratório vivo, todos trabalhando em prol do objetivo comum de preservar e restaurar a Mata Atlântica. Ficar em uma das cabanas do local me permitiu mergulhar totalmente na beleza natural do entorno, acordando todas as manhãs com o coro dos pássaros ao amanhecer. Ao nos acostumarmos ao ritmo de vida de Iracambi, percebi que essa experiência seria muito mais do que uma visita profissional. Foi uma oportunidade de nos conectarmos com a terra, as pessoas e a missão mais ampla de gestão ambiental de uma forma profundamente pessoal. Os dias foram repletos de trabalho significativo, conversas envolventes e momentos de reflexão tranquila enquanto absorvíamos a essência deste lugar mágico.
O Projeto de Agrofloresta: Plantando Sementes para o Futuro
Um dos destaques da minha visita foi participar do projeto agroflorestal, e conversar com Binka e Robin sobre nossos projetos de parceria, fortalecendo uma conexão duradoura entre Iracambi e UNC. O agrofloresta, a prática de integrar árvores e arbustos em paisagens agrícolas, é uma ferramenta poderosa para restaurar ecossisstemas, sequestrar carbono e apoiar os meios de subsistência locais. Em Iracambi este projeto não se trata apenas de plantar arvores: trata-se de criar um futuro sustentável para a região e seu povo. Durante a nossa estadia, ajudamos a reposicionar 1.500 mudas de árvores no viveiro, construimos estruturas de bambú, resolvemos problemas com a energia e fizemos um pouco de tudo que acontecia. Foi um trabalho duro, mas também incrivelmente gratificante. Há algo profundamente satisfatório em pôr mão na massa à serviço de algo tão importante. Cada muda que tratamos parecia uma pequena vitória para a região e para o planeta, especialmente no contexto dos incêndios que estavam acontecendo em Colorado enquanto estávamos no Brazil. A equipe Iracambi está literalmente reconstruindo o mundo semente por semente, face aos desafios ambientais do planeta.
O ato de plantar essas mudas tornou-se uma metáfora para a missão maior em Iracambi. Foi um lembrete visceral de que o progresso real e tangível geralmente começa com ações pequenas e deliberadas. Seja o esforço físico do plantio ou o planejamento cuidadoso que o precedeu, todo o processo ressaltou a importância de combinar conhecimento com ação.
Trabalhando ao lado da equipe de Iracambi, vi em primeira mão quanto cuidado e reflexão são necessários para todos os aspectos do projeto agroflorestal. Desde a seleção das espécies certas até o entendimento das condiçõs locais do solo e clima, é um processo enraizado na ciência e no profundo respeito pela terra. E o impacto é tangível – não apenas nas árvores em crescimento, mas na vida dos agricultores locais e membros da comunidade que estão vendo os benefícios. pessoas locais que colaboram com a ONG, como Carla e Juliana são cientistas cidadãos por direito próprio e se tornaram especialistas nas propriedades medicinais de muitas plantas da floresta tropical. Um centro de destilação em Iracambi fornece a esses funcionários e voluntários as ferramentas para fazer óleos essenciais, sabonetes e outras plantas para vender nos mercados locais e regionais.
Quer saber mais sobre as aventuras da Karen? Por favor, verifique a próxima edição do blog – em breve!
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